Bem vindo ao blog

O Blog compartilha informações ambientais e sócio-políticas, dicas de decoração sustentável e divulgação de projetos e eventos relacionados ao meio ambiente. Qualquer dúvida, sugestão ou parceria entre em contato!

Lixões no Oceano

Há pelo menos 5 ilhas de lixo no oceano e uma delas tem tamanho equivalente aos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos! Clique e saiba mais.

Veja a lista de 8 incríveis lagos rosas do planeta

Os lagos rosas têm se popularizado entre turistas e fotógrafos do mundo. Sua cor impressionante ocorre graças a presença de microalgas como a Dunaliella salina que vive em locais com altos níveis de concentração de sal.

O tabagismo e os danos ele que causa à saúde e ao meio ambiente

A fumaça e as bitucas jogadas no chão podem causar danos ao meio ambiente, como a contaminação da água, que pode ocorrer caso a nicotina e as substâncias presentes no alcatrão atinjam lençóis freáticos, rios e lagos

Faça um comedouro para passáros com materiais simples

Clique e veja mais dicas de reaproveitamento.

A importância dos alimentos orgânicos

Produto orgânico é o resultado de um sistema de produção agrícola que não utiliza agrotóxicos, aditivos químicos ou modificações moleculares em sementes. Nutricionista explica qual a sua importância no nosso dia-a-dia.

31 de outubro de 2012

Ao invés de enterrar um rio, enterrem as rodovias.


Antes e Depois de a rodovia ser enterrada.

Muito interessante e ousada a visão de Madri, capital espanhola, para recuperar o rio que corta a cidade – as rodovias marginais foram enterradas em túneis e os imensos espaços ao ar livre, antes ocupados pelos carros e tráfego intenso, transformados em jardins e praças.

Vale a pena conferir o artigo da revista aU (Por Mariana Siqueira Fotos Jeroen Musch) na íntegra:

As vias marginais que antes sufocavam o rio Manzanares em Madrid foram enterradas. Acima delas, parques passaram a ligar os bairros, estabeleceram novas formas de mobilidade e um novo modo de viver a cidade. São 6 km de vias lineares transformadas em parques e três anos de construção: a capital espanhola deu um passo ousado e encarou o desafio de devolver um rio aos cidadãos.

Você sabia que por Madri passa um rio? Ao contrário de Paris, Londres, Roma e outras capitais europeias, cujas vidas urbanas se vinculam diretamente aos leitos de seus rios, Madri sempre teve uma relação discreta e distante com o rio Manzanares, situado a menos de 1 km da Plaza Mayor.

A origem da cidade, no entanto, relaciona-se com sua presença. Os árabes souberam aproveitar a configuração geográfica caracterizada por um curso d’água localizado ao pé de um platô, que favorece o abastecimento, a mobilidade e a proteção. No decorrer dos séculos, o rio foi um ambiente de caráter rural, em cujas margens floresciam hortas e pomares, batiam roupas as lavadeiras e trabalhadores se banhavam em dias de ócio e calor. Mas a expansão da trama urbana deu as costas ao rio. Como consequência, o Manzanares permaneceu entre esquecido e ignorado pela cidade.

Na década de 1960, o governo decidiu instituir uma série de rodoaneis na capital. E nada parecia mais natural do que aproveitar o vale do rio para instalar trechos das pistas de alta velocidade que conectariam rodovias que chegavam dos quatro cantos do país. Na década seguinte foi construída a rodovia M-30, com essa função.

No entanto, a construção do anel viário foi muito mais complicada e lenta do que o previsto. A demora fez com que a trama urbana extrapolasse os limites daquela que deveria ter sido uma via periférica. A rodovia estava, de repente, inserida na mancha urbana. Alterado o contexto, até houve um trecho que ganhou semáforos.

O estrago estava feito. A cidade em expansão viu-se sumariamente fragmentada pela rodovia. O rio, que finalmente estava integrado ao corpo da cidade, o fazia na triste condição de barreira física e psicológica. Definiram-se assim, apesar da pouca distância entre os novos bairros e o centro da cidade, a Madri de dentro e a Madri de fora. O rio ficou espremido pelas pistas em ambas as margens. A relação entre os cidadãos e o âmbito fluvial desapareceu e o leito do Manzanares, canalizado, ficou completamente isolado, inacessível e invisível.


A gestão do prefeito Alberto Ruiz-Gallardón, entre 2003 e 2007, dedicou-se a levar a cabo a já histórica necessidade de modernização da M-30. Os objetivos perseguidos foram a melhoria da qualidade ambiental da cidade, aliada ao aumento da mobilidade.

Foram feitas intervenções pontuais ao longo dos 43 km da rodovia. Seu uso foi adequado de maneira a torná-la mais eficiente, do ponto de vista de distribuição do tráfego urbano. Uma das consequências diretas foi a diminuição do acesso de veículos ao interior do anel, o que devolveu o protagonismo do pedestre a inúmeras ruas e praças do centro.

A medida mais relevante foi, provavelmente, o soterramento da M-30 no trecho em que se encontrava com o rio Manzanares. Aqui, são seis quilômetros de vias. Todas desapareceram da superfície ao serem acondicionadas em túneis, com o intuito de eliminar a barreira que a dupla M-30/rio Manzanares representava.

Em 2005, foi realizado um concurso internacional de ideias para que se propusessem respostas à pergunta: “o que fazer com este vazio no centro da cidade, que abraça mais de cinco quilômetros do rio Manzanares?”.

A equipe vencedora, composta pelos escritórios Mrío Arquitectos, espanhol, e West 8 Urban Design and Landscape Architecture, holandês, considerou que um dos principais potenciais dos espaços livres gerados junto ao rio era o de estabelecer conexões – de diversas naturezas, em diversas escalas.

Na escala territorial, evidenciou-se a possibilidade de conectar as paisagens naturais presentes ao sul e ao norte de Madri, cuja contiguidade havia sido interrompida pelo crescimento da cidade. O rio recriaria esse nexo e abriria Madri para a paisagem do território no qual se insere.

Na escala metropolitana, revelou-se a preciosa oportunidade de conectar uma extensa série de espaços públicos e verdes, que até então estavam desconexos e fragmentados. Se a área liberada pelo soterramento da rodovia é de 150 ha, a área total de zonas verdes em continuidade passaria a ser de 3 mil ha. Parques que tinham relevância apenas na escala dos bairros foram incorporados a uma rede de envergadura metropolitana.

Além disso, Madrid Río configura-se como uma importante intervenção sobre o legado arquitetônico e monumental de uma cidade. Construções que se encontravam ilhadas no mar de concreto e asfalto da M-30 e percursos que haviam sido por ela interrompidos voltaram a ser acessíveis aos cidadãos e foram valorizados ao receber adequados contextos para sua apreciação.

Se, em escala territorial, a cidade era um obstáculo às dinâmicas próprias ao rio, na escala urbana era o rio quem obstruía dinâmicas próprias à cidade. Isso foi resolvido com o estabelecimento de novas conexões entre as margens do Manzanares, costurando o tecido urbano e integrando os bairros além-rio ao centro.

Para isso, foram renovadas as travessias existentes. As barragens históricas foram restauradas e convertidas, com a adição de discretas passarelas de madeira, em pontes de pedestres. Foram, também, criadas novas conexões, como a Puentes Cáscara, de delgadas membranas de concreto que conformam um espaço interior distinto e possibilitam a travessia sobre intrincados mosaicos contemporâneos­, obras do artista Daniel Canogar. Enquanto isso, uma das pontes que integrava o sistema viário recebeu um jardim com gramado e árvores para integrar o percurso dos parques, uma vez perdida sua função primeira.

Na escala local, a estratégia de materialização do projeto baseou-se no uso de elementos naturais – primordialmente vegetais, com alta densidade de plantio ao longo de toda a extensão – e minerais, com o intenso uso do granito como matéria-prima para o mobiliário urbano (guias, bancos, revestimentos) e para as intervenções paisagísticas (gruta, rio seco etc.). É importante notar que foram utilizadas peças de rejeito de pedreira, que normalmente seriam descartadas.

Essa materialização de caráter eminentemente natural é feita sobre a rodovia subterrânea, expressão máxima da ação artificial. Realmente, um dos maiores desafios do projeto foi fazer dialogarem elementos da infraestrutura enterrada que emergem à superfície, como respiradouros e saídas de emergência, com as partes integrantes dos projetos paisagísticos. As soluções adotadas dependeram do contexto e do caráter do parque em questão. Na maior parte das vezes, definiu-se o nível das áreas do parque a partir do nível de chegada dessas estruturas, pela criação de topografia (suave em certos casos, ondulante em outros). O ar proveniente do túnel é filtrado antes de ser liberado para o exterior, nas saídas de ar.

No intuito de resgatar elementos da paisagem e da história ribeirinha, apostou-se na criação de certas ilusões que aproximassem o usuário das naturezas ambientais e históricas do rio.

Essas aspirações encontraram expressão em um conjunto de parques e jardins estruturados no conceito de “3+30″. Três são as Unidades de Paisagem criadas. Trinta são, metaforicamente (na prática, foram cinco vezes mais), as intervenções em escala local entregues pelo projeto.

As três Unidades de Paisagem, com seus projetos específicos, são o Salón de Pinos, a Cena Monumental e o Leito do Rio.

Salón de Pinos É a coluna vertebral do projeto, um parque linear estreito e longo (em média, 30 m de largura e quase 6 km de comprimento), composto por mais de 9 mil pinheiros próprios da zona mediterrânea, que remetem à paisagem ao norte de Madri.

Nos encontros do parque com as pontes históricas – Puente de Segóvia e Puente de Toledo – o parque se espraia e se converte em jardins que dão às monumentais pontes um adequado embasamento paisagístico. Salón de Pinos é uma abóbada verde que sombreia uma concorrida via de pedestres e ciclistas que conecta os dois extremos do projeto de quase seis quilômetros de extensão.

Leito do Rio Ao sul, a trama urbana se afasta das margens do Manzanares, liberando a maior superfície de atuação do projeto. O Parque da Arganzuela remete à várzea inundável do rio, em suas origens, e do seu “meandrar” pelas zonas adjacentes com uma série de caminhos e intervenções que fazem referência a essa curvilínea morfologia fluvial.

Junto ao Parque, encontramos o antigo matadouro da cidade, o Mataderos, agora renovado e convertido em complexo cultural, amplamente utilizado. Intervenções em menor escala buscaram aumentar a permeabilidade da cidade em relação ao rio, com aumento da arborização e valorização da mobilidade de pedestres e ciclistas.

Durante a execução do projeto, em 2008, estourou a crise financeira que abalou profundamente a Europa e foi intensamente sentida na Espanha. Houve discussões sobre parar ou continuar o projeto e se apostou por sua continuidade. O projeto foi entregue dentro do prazo, antes das eleições gerais de junho de 2011.

Madrid Río não oferece soluções prontas sobre como lidar com estruturas obsoletas ou como restabelecer o vínculo com o território e com a história, mas certamente indica caminhos. O projeto escolhe pontos-chave para a atuação urbanística, e estabelece uma boa sinergia entre os espaços públicos de uma cidade, além de dar ao rio um papel fundamental no fortalecimento dos laços entre o cidadão e o território.

O projeto nos lembra, fundamentalmente, que a cidade é uma obra dinâmica que se faz, desfaz e refaz cotidianamente, como resultado de ações individuais e coletivas, respaldadas pelo poder político. Soluções que no passado se acreditavam serem pertinentes, mas que hoje se mostram ultrapassadas, podem e devem ser corrigidas. Cabe ao cidadão saber que uma cidade melhor é possível. Mais do que isso: cabe exigir que assim seja.
Fonte: Instituto Cidade Jardim

Veja mais em Parque Lineal Del Manzanares e madrid río: 50 fotos desde los puentes del nuevo parque de madrid (2011)
Madrid Rio inclui 11 áreas para crianças, seis espaços para idosos, 30 quilômetros de ciclovias e 253.601 m² para esportes. Além disso, mais de 33 mil árvores plantadas e 429 hectares de parque.
Entre as atividades, pode se jogar futebol, basquetebol, handebol e tênis.
Também há pistas de patinação e de skate, uma parede de escalada e no verão você pode fazer canoagem.
Os mais velhos podem desfrutar de bocha, enquanto as crianças podem usar uma tirolesa.

Consegue imaginar as cidades brasileiras seguindo esse exemplo?
Os rios Tietê e Pinheiros em São Paulo/SP necessitam de um projeto como este!

30 de outubro de 2012

Quadrinhos ambientais Edição 3

Documentário "À Sombra de um Delírio Verde" sobre situação Guarani Kaiowa


À Sombra de um Delírio Verde on Vimeo.

Ficha técnica:
Título Original: À Sombra de um Delírio Verde Documentário (The Dark Side of Green)
Gênero: Documentários
Produção: Argentina, Bélgica, Brasil
Tempo de Duração: 29 min
Ano de Lançamento: 2011
Direção, produção e roteiro: An Baccaert, Cristiano Navarro e Nicolas Muñoz
Narração em Português: Fabiana Cozza
Música composta por Thomas Leonhardt
http://www.thedarksideofgreen-themovie.com/



O jornalista Cristiano Navarro conhece bem a realidade da tribo. Atuou junto aos Guarani, residindo no MS, durante quase três anos, entre 2007 e 2009, e viu de perto massacres tão covardes e violentos quanto o ocorrido contra o Tekoha Guaiviry, que, conforme o relato de indígenas, registrou a execução do cacique Nísio Gomes e o sequestro de seu corpo pelos pistoleiros que atacaram o acampamento.

Nos canaviais das fazendas instaladas em territórios tradicionais dos Guarani Kaiowá – áreas de exploração desumana do trabalho dos próprios indígenas - foi que o jornalista encontrou foco para junto com a repórter belga An Baccart e o cinegrafista argentino Nico Muñoz realizar o documentário À Sombra de um Delírio Verde, denúncia contundente da ação das transnacionais do agronegócio da cana-de-açúcar e de seus efeitos no contexto de violência do MS.

Por este fio condutor, os realizadores comprovam que a realidade de fome, miséria, morte, resistência e luta pela terra dos Kaiowá está atrelada aos efeitos da ação devastadora de um modelo de desenvolvimento que serve de combustível ao capital nacional e internacional - à custa de direitos fundamentais expressos na Constituição Federal, além de motivar episódios de assassinatos permanentes.

Dentro desta perspectiva, o filme denuncia também a ausência do Estado brasileiro em garantir os direitos dos indígenas, que acabam indo viver às margens de rodovias em condições subumanas de existência. Desde 2008, a Fundação Nacional do Índio (Funai) realiza estudos de identificação e demarcação de terras indígenas no estado. No entanto, só montou o Grupo de Trabalho (GT) depois de assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público Federal (MPF), em 2007.

“É lá (nos canaviais), naquele trabalho, que os Guarani Kaiowá se alcoolizam, se matam e são escravizados. São os filhos desses trabalhadores que morrem de fome. É na sua terra, com a sua água e com seu suor que o combustível é produzido”.    

Veja principais trechos da entrevista de Cristiano Navarro ao Le Monde Diplomatique:

Como surgiu a ideia do documentário e a qual realidade e conjuntura ele está submetido?

No ano de 2008, uma comissão internacional da Fian foi ao Mato Grosso do Sul verificar a questão das violências contra os Guarani Kaiowá na região de Dourados, especialmente a situação de subnutrição das crianças. Poucos meses antes havia acontecido o massacre de Kurusu Amba, pior do que o que aconteceu na semana passada. Nele homens e mulheres foram mortos, feridos e, ainda por cima injustamente presos. Bem, acompanhavam a comissão internacional An, uma jornalista belga, e Nico, um cinegrafista argentino. Foi aí que tivemos nosso primeiro contato e rapidamente acordamos em fazer o documentário.

Qual foi a metodologia utilizada para se fazer o filme?

Nós partimos para as filmagens sem um roteiro pré definido. O que tínhamos era a vontade de filmar e a situação grave para abordar. Como base para as filmagens e entrevistas, utilizamos os relatórios de violações de direitos indígenas publicados pelas entidades de apoio e as orientações das lideranças e professores Guarani Kaiowá. Por fim havia a minha experiência fazendo reportagens na região que ajudou a definir o roteiro e a edição final.

Por que a escolha das plantações da cana-de-açúcar como linha guia da construção retórica da produção e qual o impacto da ação das transnacionais do agronegócio entre os indígenas?
 
Poderíamos ter falado do boi, da soja ou de todas as outras culturas que são tão maléficas aos Guarani quanto a cana. Mas o filme busca uma leitura dialética. E é no canavial que a gente vê a cara do diabo. É lá, naquele trabalho, que os Guarani Kaiowá se alcoolizam, se matam e são escravizados. São os filhos desses trabalhadores que morrem de fome. É na sua terra, com a sua água e com seu suor que o combustível é produzido. Numa terra que não tem mais árvore nenhuma e que de noite queima em chamas. É deste inferno que as transacionais enriquecem gente daqui, dos Estados Unidos, da Europa, da China e de não sei onde. São esses diabos que esse governo de babacas chamou de herói.

A região sul do Mato Grosso do Sul, onde se passa À Sombra de um Delírio Verde, foi nomeada pela vice-procuradora da República Deborah Duprat como uma das principais tragédias humanas sobre indígenas que se tem notícia no mundo. Que tragédias o documentário revela e quais as razões delas acontecerem?

As tragédias são de todas as ordens: assassinatos, desnutrição infantil, trabalho escravo, desassistência, falta de perspectiva. E as razões são realmente profundas. Vêm do nosso colonialismo. Da idéia de evolucionismo cultural que ensinam para as crianças nas escolas que a história começa com a escrita ou que a democracia nasceu na Grécia e vem evoluindo até os dias de hoje. São essas coisas que servem de combustível para a ganância, para o preconceito, para o ódio. Nas cidades próximas às aldeias, as pessoas odeiam os índios sem nunca ter trocado uma palavra com eles. É assim, não sabem o porquê, apenas odeiam e pronto!

O documentário tem a sua versão em HD para a internet lançada dias depois de mais um massacre contra os Kaiowá Guarani da comunidade Tekoha Guaiviry, no último dia 18 de novembro. O documentário mostra que há décadas tais massacres são constantes, sendo que nos últimos oito anos mais de 200 indígenas foram assassinados no MS. Por que tal realidade mostra-se intermitente?

Essa realidade é fruto de conflito desigual, onde praticamente tudo é desfavorável, sobretudo o poder judiciário que não pune os assassinos de lideranças. Mas veja bem, os Guarani enfrentaram os exércitos de Espanha e Portugal, em seu apogeu como império, por mais de 150 anos. Eles resistiram bravamente e escreveram uma das mais belas, se não a mais bela, histórias de resistência do nosso continente. O problema hoje é que a resistência continua, o Estado e o poder econômico continuam colonialistas, mas a correlação de forças piorou. Pois as comunidades estão ultra fragilizadas, sem seu espaço, sem ter como fazer suas roças, plantar o que comer, isso tira qualquer poder de reação autônoma dos Guarani Kaiowá.

Há um trecho em que é mostrado um indígena assassinado. Como foi a execução dessa cena e como foi lidar com tamanha violência, posto que durante o período em que o filme foi rodado estão os maiores índices de mortes - não só assassinatos, mas de crianças desnutridas, fome, doenças?

Foi difícil… Aliás, é difícil. Por que essas cenas reaparecem, e não como fantasmas na minha cabeça ou no documentário. Elas ressurgem em casos como o que vimos semana passada e chocam as pessoas por um tempo, somem e depois reaparecem.

Os acampamentos também são outra dura realidade mostrada. De 2009 para cá eles saltaram de 22 para 31 - abrigando 1.200 famílias nas margens de rodovias. Quais as consequências disso para a vida dos indígenas?

Na verdade os acampamentos já são uma consequência da questão central. Pois com ou sem o reconhecimento dos territórios por parte do governo os Guarani Kaiowa precisam voltar para sua terra, seja por falta de espaço nas reservas que estão superlotadas e a vida se tornou inviável, seja porque os caciques mais velhos percebem que estão morrendo e querem retornar para o lugar onde nasceram. De qualquer, forma a vida nos acampamentos é ainda pior que nas aldeias, por causa dos crimes de pistolagem aos quais as pessoas estão expostas e da total falta de assistência do governo federal como, por exemplo, é o caso da Funasa (Fundação Nacional de Saúde que atualmente está em transição para a Secretaria Especial de Saúde Indígena – Sesai) que se nega a atender nesses acampamentos.

Apesar do cenário de terror, o documentário revela que os Kaiowá Guarani são um povo de muita resistência, beleza e cultura. De que forma se dá isso em meio a tamanho caos e mortes? O grupo de rap Brô vem desse contexto?

Pois é, se por um lado se vive a tragédia, existe a leveza, a fé, a coragem, a transcendência deste povo que são inspiradoras e parecem invencíveis.  É difícil compreender esta força. Os Guarani Kaiowá juntam três, quatro, cinco dezenas de pessoas e a pé e de bicicleta entram desarmados em fazendas onde já sabem o que os esperam. As armas que têm são o arco, a flecha e a reza. Me pergunto: numa situação tão desfavorável, o que faz essa gente retornar para suas terras com tanta coragem? É difícil dizer. E essa força a gente vê também na cultura. A força dos pajés, da língua. E, claro, o grupo Brô é resultado dessas coisas.
Fonte: Cimi em 28/03/2012

23 de outubro de 2012

Ameaça de Morte coletiva dos índios Guarani-Kaiowá e o silêncio do governo e da mídia

Nesta última semana as pessoas tiveram conhecimento do pedido de morte coletiva dos índios Guarani-Kaiowá através das redes sociais (enquanto que as redes de televisão estão silenciadas, assim como a maioria da mídia).

Ocorre que Justiça Federal decretou a expulsão de 170 índios da terra em que vivem atualmente. Isso no município de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul, à margem do Rio Hovy.

Há duas semanas, numa dramática carta-testamento, os Kaiowá-Guarani declararam:
- Não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui, na margem do rio, quanto longe daqui. Concluímos que vamos morrer todos. Estamos sem assistência, isolados, cercados de pistoleiros, e resistimos até hoje (…) Comemos uma vez por dia.
- Pedimos ao Governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas decretar nossa morte coletiva e enterrar nós todos aqui. Pedimos para decretar nossa extinção/dizimação total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar nossos corpos. Este é o nosso pedido aos juízes federais.

A história dos Kaiowás:

Desde o ínicio do século XX, com mais afinco a partir do Estado Novo (1937-45) de Getúlio Vargas, iniciou-se a ocupação pelos brancos da terra dos Guaranis Caiovás. Os indígenas, que sempre viveram lá, começaram a ser confinados em reservas pelo governo federal, para liberar suas terras para os colonos que chegavam, no que se chamou de “A Grande Marcha para o Oeste”. A visão era a mesma que até hoje persiste no senso comum: “terra desocupada” ou “não há ninguém lá, só índio”.
Na ditadura militar, nos anos 60 e 70, a colonização do Mato Grosso do Sul se intensificou. Um grande número de sulistas, gaúchos mais do que todos, migrou para o território para ocupar a terra dos índios. Outros despacharam peões e pistoleiros, administrando a matança de longe, bem acomodados em suas cidades de origem, onde viviam – e vivem até hoje – como “cidadãos de bem”, fingindo que não têm sangue nas mãos.  Atualmente os Kaiowás são considerados o segundo grupo mais numero (43 mil) e na pior situação de todos grupos de índios. Eles estão confinados em reservas como a de Dourados, onde cerca de 14 mil, divididos em 43 grupos familiares, ocupam 3,5 mil hectares, eles encontram-se numa situação de colapso. Sem poder viver segundo a sua cultura, totalmente encurralados, imersos numa natureza degradada, corroídos pelo alcoolismo dos adultos e pela subnutrição das crianças, os índices de homicídio da reserva são maiores do que em zonas em estado de guerra.

A cada seis dias, um jovem Guarani Caiová se suicida. Desde 1980, cerca de 1500 tiraram a própria vida. A maioria deles enforcou-se num pé de árvore. Entre as várias causas elencadas pelos pesquisadores está o fato de que, neste período da vida, os jovens precisam formar sua família e as perspectivas de futuro são ou trabalhar na cana de açúcar ou virar mendigos. O futuro, portanto, é um não ser aquilo que se é. Algo que, talvez para muitos deles, seja pior do que a morte. Desde 2000, foram 555 suicídios, 98% deles por enforcamento, 70% cometidos por homens, a maioria deles na faixa dos 15 aos 29 anos. Os pesquisadores acreditam que os números devem ser ainda maiores, já que parte dos suicídios é escondida pelos grupos familiares por questões culturais.
Nesta ultima semana foi divulgada esta carta-testamento em redes sociais, chamando a atenção da população para um assunto até então escondido pela mídia, uma última tentativa desesperada de conseguir resgatar suas terras, cultura e dignidade.
É importante lembrar que a carta é palavra. A declaração de morte coletiva surge como palavra dita, e para estes índios a palavra tem muito valor.
Parte do texto extraído da coluna de Eliane Brum que acompanha este caso.

Manifestação dos Guarani-Kaiowá em Dourados, MS
Encontrei também este texto no blog Elaine Tavares- Palavras Insurgentes e recomendo a leitura completa (Sim, o texto é grande, mas cada linha contém grande significado e muita realidade).

Salvar os Guarani-Kaiowá?


Aprendi com meu irmão, há muitos anos, que não há nada pior no humano do que a hipócrita (por vezes não intencional) musculação de consciência. E isso é coisa que acontece muito no meio daqueles que estão no topo ou no meio da pirâmide social. Olham para o sofrimento dos pobres - a comunidade das vítimas do sistema - como se fossem coitadinhos, e sentem pena. Podem até chorar diante de uma foto ou de uma dada situação. E desde sua pena, buscam ajudar, musculando a consciência. Um quilo de arroz numa campanha para vítimas da enchente, um agasalho para as entidades filantrópicas, uma doação ao “criança esperança”. Depois, consciência musculada, voltam a vida normal, certas de que fizeram tudo que podiam fazer. Arrisco dizer: isso não é suficiente. Apazigua a consciência, mas não muda as coisas.

Detectei essa reação nesses dias em que se resolveu prestar atenção ao sofrimento indígena. Um grupo de índios Guarani, do Mato Grosso do Sul, que desde há 500 anos vêm observando a estranha mania dos cristãos – seus dominadores - em se purificar no sacrifício, resolveu expor a chaga aberta do sofrimento de sua gente numa concreta vivência sacrificial. Ou lhes deixam viver nas suas terras, ou se matam, em grupo. Ato extremo, sofrimento extremo, decisão extrema. Então, como que atiçados pelo sempre excitante momento do sacrifício, as gentes brasileiras decidiram começar a falar do “absurdo” que é essa desesperada decisão. Assim, terminada a novela das oito, que segundo algumas vozes “parou o país”, agora as redes sociais e todos os que têm espaço de voz nos meios começaram a discutir a questão dos Guarani que estão prometendo se matar. Sinto aí certo cheiro de musculação de consciência.

O grito dos Guarani de Mato Grosso do Sul não é o primeiro nem será o último. Desde o momento em que os povos originários perceberam que a cruz e a espada que chegavam com os homens do além-mar eram armas de opressão, a luta pela manutenção do direito de viverem na sua terra, com seus deuses e do seu jeito, começou. Ao longo dos anos, com a colonização europeia, milhões de pessoas foram assassinadas, das formas mais cruéis, simplesmente porque atrapalhavam o caminho para o ouro e as riquezas do novo mundo. Essa gente desesperada que hoje grita em agonia por um naco de terra onde descansar a cabeça, é a mesma gente que antes da invasão aqui vivia em fartura, nas grandes cidades como Tenochtitlán, Cuzco, Tiuahanaco, maiores e mais populosas que Madrid, Lisboa ou Florença no mesmo tempo. Eram homens e mulheres que conheciam a astronomia, a matemática, a hidráulica, a engenharia. Eram os que experienciavam uma forma de vida comunitária, na qual ninguém passava fome, no mesmo tempo em que na Europa medieval as pessoas padeciam de fome crônica. E foram eles os considerados sem alma, os passíveis de todo o tipo de selvageria e escravidão, porque não falavam a língua espanhola ou portuguesa e professavam outra fé, na variedade dos deuses.

O grito dos Guarani de Mato Grosso do Sul é o mesmo grito do cacique da etnia Taíno, Hatuey, que, em 1511, poucos anos depois da invasão, ao descobrir que o deus verdadeiros daqueles homens era o ouro, viajou desde o Haiti até a ilha de Cuba, com 400 guerreiros, para avisar que o que chegava pelo mar era a destruição. Não foi escutado. Mesmo assim se dispôs a lutar contra os espanhóis e só parou quando foi capturado e morto na fogueira. Foi vencido pela força dos arcabuzes, tendo seu povo sido dizimado em castigo. Esse grito segue aí. Também continuam ressoando os gritos de Cuauhtemotzin, no México, quando em 1520 igualmente iniciou a resistência contra os espanhóis que haviam assassinado milhares na cidadela de Montezuma, e os de Ruminahuia, que na região de Quito também se levantou em rebelião contra os que queriam destruir seu mundo e o dos seus. E o que dizer dos Tamoios no Brasil de 1562, que chegaram a constituir uma confederação para enfrentar a vilania portuguesa?

Pois essa gente tem gritado, lutado, batalhado, peleado desde os primeiros momentos da invasão. E, desde sempre esses gritos foram abafados, porque os indígenas não eram vistos como seres capazes de gerir suas vidas. Eram homens e mulheres dominados que tinham de se render calados e servis. Só que nunca foi assim. A batalha pelo continente segue aí, desde então.

Mas, como sempre acontece, os vencedores impõem suas razões. Os povos indígenas foram dizimados em nome do progresso e do bem estar dos invasores. Os que valentemente sobraram acabaram confinados em reservas, ora como bichos raros, ora como coitadinhos e incapazes. Integrar o índio à sociedade passou a ser o mantra dos caridosos vencedores. E os que acreditaram no engodo já viram o que sucedeu. Incorporados a uma sociedade racista, patriarcal, capitalista, seguem sendo vistos como seres inferiores, mesmo os que chegaram aos mais altos postos da estrutura social. Índios, os seres sem alma.

Há poucos anos o país acompanhou a polêmica da reserva Raposa Terra do Sol, uma imensidão de terra indígena que os originários lograram garantir para si. Quem não se lembra dos ferozes argumentos da distinta sociedade pensante? “Para quê tanta terra para índios? O que eles vão fazer com isso? Vão destruir tudo e vender as madeiras.” Esse era o diapasão dos caridosos brasileiros. E as batalhas pela região do Xingu que estão aí, se arrastando há anos, sem que ninguém se apiede das almas das gentes que vão perder seus rios, seus deuses, seu território em nome de uma barragem para gerar energia aos estrangeiros. E os mesmos piedosos argumentam que “essa gente” (os índios) é o atraso, a decadência, o anacrônico, incapaz de ver a importância do progresso que virá com a devastação da Amazônia.

É que esses índios são os que, por estarem em grandes grupos e articulados com movimentos sociais, lutam. Travam a boa batalha contra a destruição do seu modo de vida. E como valentes guerreiros precisam enfrentar as armas inimigas que já não são só arcabuzes e cavalos. Vêm acompanhadas da mídia que fortalece pré-conceitos e visões pré-determinadas do poder. Esses, os “arruaceiros”, não são dignos de piedade por parte da sociedade que fica em frente à TV musculando sua consciência.

Então, das entranhas do cerrado mato-grossense, um pequeno grupo de Guarani-Kaiowá, que luta desde há anos por demarcação das terras, sofrendo violência, mortes, assassinatos, desaparição e o sistemático suicídio de seus jovens guerreiros, resolve usar a última arma que lhe resta: o próprio corpo, sua humanidade, o corpo coletivo de toda a gente. O drama dessas famílias vem sendo denunciado ano após ano pelos Cimi, por jornalistas, por estudiosos, por todos os que se importam, mas nunca tocou o coração das maiorias. O ataque diário dos fazendeiros, a violência da justiça local que não os escuta, o preconceito e o ódio dos que vivem na cidade, picados pela ideia de que os índios só atrapalham o progresso, tudo isso é tema de debate e denúncia nos fóruns de luta social. Mas, nunca houve piedade. As terras seguem sendo griladas, roubadas, subtraídas dos índios. A vida foi se extinguindo, o espaço se apequenando. Foi preciso um ato extremo, uma decisão de desespero, para que a nação se voltasse para esses que são os cordeiros de um novo sacrifício. Agora sim é a hora da compaixão. Os “atrasados” não estão armados, não estão em luta, não fazem arruaça. Eles desistiram. Não têm mais força. São muito poucos, estão sozinhos. Eles desistiram. Já não são mais “perigosos”. São apenas as ovelhas do sacrifício. Eles desistiram. Estão vencidos. Então, por esses sim, podemos rezar, chorar, nos apiedar. Sepulcros caiados. Sociedade apodrecida.

Arrisco dizer que os Guarani-Kaiowá sabem muito bem dessa hipocrisia ocidental, dessa pantomima que os piedosos gostam de fazer para parecerem bons. Ah, eles conhecem essa psicologia desde há 500 anos. E, agora, se valem disso para expor o seu drama e para testar a “bondade” branca. Mas, eles não estão brincando. Seu grito de agonia ecoa anos a fio. Nada nunca foi feito. Já basta. Não há sentido viver quando a vida não pode se fazer real. Diante de uma justiça que protege o rico, o grileiro, o ladrão; diante de uma sociedade que vê como normal a miséria e o abandono de famílias inteiras na beira da estrada; diante do opressivo preconceito que as pessoas da cidade manejam cotidianamente, o que fazer? Se vida não há, porque preservar um corpo? A lógica da simplicidade.

E os Guarani-Kaiowá colocam a sociedade brasileira diante de um dilema também. Salvá-los não basta. Definir uma terra para aquelas famílias não significa o fim do drama indígena no Brasil. O apressado movimento dos atletas de consciência em demarcar áreas para essas famílias em particular não acomodará as tensões que eclodem todos os dias nas áreas permanentemente em disputa entre indígenas e grileiros ou entre indígenas e Estado. Há que ultrapassar esse limite da resolução de um drama singular. Há que se colocar de frente com todos os conflitos. Há que se compreender a realidade indígena, conhecer seus costumes, seus deuses, seu modo de organizar a vida. Salvar os Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul não pode ser só um ato a mais de musculação de consciência, praticado numa situação específica, com um grupo específico. O drama indígena em “nuestra américa”, inaugurado com a valentia de Hatuey, atravessando perigosas ondas do Haiti até Cuba para anunciar a desgraça e conclamar a união na luta, não se esgota naquele grupo de homens, mulheres e crianças que hoje assumem a condição de cordeiros de sacrifício. Os indígenas não precisam de nossa pena, nem da nossa comiseração. Eles só precisam ser respeitados nos seus direitos e na sua vontade de ser quem são.
Os Guarani-Kaiowá estão a dar uma lição. Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça. E aprenda!
Texto de Elaine Tavares - 23/10/2012


SOLIDARIEDADE AO POVO GUARANI KAIOWÁ – VEJA COMO CONTRIBUIR COM A RESISTENCIA DESTE POVO. Clique aqui
http://solidariedadeguaranikaiowa.wordpress.com/

Leia também: Redução das Terras Indígenas e Unidades de Conservação

Prédios e obras públicas levaram ao corte de 14 árvores por dia desde 1997


SÃO PAULO - A cidade de São Paulo perdeu, com autorização oficial, 14 árvores por dia nos últimos 14 anos. Foram 72.514 exemplares cortados de lotes e áreas verdes com aval da Prefeitura. A vegetação retirada deu espaço a prédios, shoppings, ruas, estações de metrô e outras construções. O número corresponde a quase cinco Parques do Ibirapuera - a área verde na zona sul tem aproximadamente 15 mil árvores.

Paulo Liebert/AE
Foram 72.514 exemplares cortados de lotes
e áreas verdes com aval da Prefeitura
Os dados foram compilados pela arquiteta e urbanista Luciana Schwandner Ferreira, que os apresentou em sua dissertação de mestrado defendida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Luciana já trabalhou no departamento da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente responsável pelas compensações ambientais exigidas para corte de árvore. A pesquisadora fez o levantamento com base nos despachos publicados no Diário Oficial da Cidade entre 1997 e 2011.

Segundo a Prefeitura, uma autorização só é dada após a exigência de replantio de um número maior de árvores do que as que foram retiradas. A pesquisa mostrou, porém, que o mecanismo de compensação não funciona de forma eficiente e tampouco aumenta ou mesmo mantém a cobertura vegetal dos locais onde os cortes foram autorizados.

O número é alto, mas ainda é pequeno se comparado ao total de verde perdido pela cidade nesse mesmo período: desmatamentos ilegais não estão computados. "Existem outros cortes que não exigem compensação ambiental e, claro, os cortes irregulares, que não estão computados", diz a pesquisadora.

Na maioria das vezes, os cortes autorizados dizem respeito a prédios e empreendimentos em áreas nobres ou obras do poder público, que respeitam a legislação ambiental por causa da fiscalização. Na periferia, onde há pouca vigilância dos fiscais, a maioria dos cortes de árvore é feita sem registro da Prefeitura.

Devastação. Dados do Atlas Ambiental, estudo feito pela própria Prefeitura, apontou o corte de 53 quilômetros quadrados de área verde entre 1999 e 2000 - equivalentes a 35 Parques do Ibirapuera. A maior parte ocorreu nas bordas da cidade. "É pouco comum, nos bairros afastados, as pessoas pedirem autorização para retirar uma árvore que está atrapalhando a passagem dos pedestres ou que está velha, por exemplo", diz a pesquisadora.

Não entram na conta do desmatamento oficial ocupações e favelas que avançaram sobre a Serra da Cantareira, na zona norte, e na região de Parelheiros, no extremo sul. "Isso mostra que a cidade pode ter perdido muito mais área verde do que aponta a pesquisa", afirma Luciana.

Entre as espécies que foram cortadas com autorização estão remanescentes de Mata Atlântica. São árvores como jequitibá, passuaré, sibipiruna, seafórtia, pau-brasil e tipuana.

Bairros bem arborizados e onde surgiram nos últimos anos dezenas de prédios no lugar das casas aparecem no topo da lista dos mais desmatados, como Santo Amaro, na zona sul, e o Butantã, na zona oeste.

o bairro mais afetado foi a Vila Andrade, na zona sul, com 13.454 árvores cortadas no período. Em seguida o da Cangaíba, na zona leste, com 8.727 mil árvores.

Os cortes com autorização ocorrem, principalmente, em áreas nobres ou obras do poder público, enquanto que na periferia a maior parte das retiradas não possuem aval da prefeitura de São Paulo.

Para ver o estudo completo clique aqui. Com informações do O Estado de S. Paulo.
Retirado de Programa Território Animal

18 de outubro de 2012

Documentário: A história das coisas (Story of Stuff Legendado)

A História das Coisas é narrado pela ativista Annie Leonard. Ela gastou 10 anos viajando pelo mundo em atividades contra a agressão ao meio-ambiente. Nessas viagens, Annie conseguiu ter uma bela visão de como funciona nosso meio de produção hoje em dia, viu o quanto errado ele está e decidiu alertar de uma maneira muito simples e explicativa.
O vídeo é voltado para a população americana, pois eles consomem 25% de todos os recursos produzidos em nosso planeta. Mas como as classes sociais brasileiras mais altas se assemelham ao estilo de vida americano, é interessante assistirmos o vídeo para não cometermos os mesmos erros que nossos “amigos” do primeiro mundo.

17 de outubro de 2012

Dilma fará nove vetos ao texto do Código Florestal, anuncia ministra


A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou nesta quarta-feira (17) que a presidente Dilma Rousseff decidiu vetar nove itens da medida provisória aprovada pelo Congresso que altera o texto do novo Código Florestal. Um decreto presidencial será publicado na edição desta quinta do “Diário Oficial da União”  para suprir “vácuos” ocasionados em razão dos vetos.

Os vetos presidenciais, segundo a ministra, foram fundamentados em três princípios: “Não anistiar, não estimular desmatamentos ilegais e assegurar a inclusão social no campo em torno dos pequenos proprietários”, disse. O texto aprovado pela comissão mista do Congresso desagradou o governo porque beneficiou médios e grandes produtores.


A presidente Dilma decidiu resgatar sua versão do que ficou conhecido como “escadinha” e que havia sido modificada pela comissão mista, no Congresso. O dispositivo cria regras diferentes de recomposição nas margens de rios, de acordo com o tamanho da propriedade.

Os parlamentares determinaram que para propriedades de 4 a 15 módulos fiscais com cursos de água de até 10 metros de largura, a recomposição de mata ciliar seria de 15 metros. O texto original, a ser recuperado com o veto presidencial, era mais rígido e determinava que propriedades de 4 a 10 módulos teriam que recompor 20 metros.

Os grandes proprietários também foram beneficiados pelas modificações da comissão mista, que derrubou a exigência mínima de recomposição de mata ciliar de 30 metros para 20 metros. Essa alteração foi vetada e a exigência voltou a ser de 30 metros.

CAR
O decreto que será publicado nesta quinta-feira, além de retomar a “escadinha”, estipula procedimentos do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA).

“Além de resgatar a escadinha, [o decreto] institui o sistema de Cadastro Ambiental Rural, um sistema informatizado que vai recepcionar as bases de informações de todos os estados”, afirmou Izabella Teixeira.

Segundo a ministra, Dilma vetou “todo e qualquer texto que leve ao desequilíbrio entre o social e o ambiental, entre a proteção ambiental e a inclusão social”.

“Não entende o governo que nós devemos reduzir a proteção ambiental para médios e grandes proprietários. Há um equilíbrio, esse foi o equilíbrio que nós encontramos na escadinha”, afirmou Izabella Teixeira.

Rios intermitentes
Outro ponto vetado pela presidente também diz respeito à recomposição de margens de rios. O texto aprovado pelo Congresso determinou que rios intermitentes (cujo curso tem água apenas em determinado período do ano) de até 2 metros deveriam ter recuperação de 5 metros para qualquer tamanho de propriedade.

“Houve um veto de um inciso dizendo sobre rios de até 2 metros intermitentes [que determinava] APP [área de proteção permanente] para todo mundo de cinco metros. Foi vetado”, afirmou Izabella Teixeira.

Frutíferas
A presidente vetou outro ponto polêmico entre os ruralistas, que é a possibilidade de recompor áreas de proteção permanente degradadas com espécies frutíferas, e não apenas com vegetação nativa. Segundo a ministra, fica proibida a monocultura de árvores frutíferas na recuperação de APPs.

Outros pontos vetados e que não serão contemplados no decreto poderão ser tratados por meio de outros instrumentos, como atos do Ministério do Meio Ambiente, segundo Izabella Teixeira. A ministra não detalhou todos os nove vetos, que serão conhecidos após a publicação nesta quinta-feira no “Diário Oficial da União”.

Fonte: G1
Retirado do site Território Animal

Brasil indicado para "prêmio" na COP11


Pela segunda edição seguida da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), o Brasil figura hoje entre os indicados para o Troféu Dodô, que "premia" os países que menos têm evoluído nas negociações durante o encontro para evitar perdas de biodiversidade. Canadá, China, Paraguai e a Grã-Bretanha são os outros indicados pela CBD Alliance, uma rede internacional de ONGs que participa da convenção.

O pássaro dodô é o escolhido para dar nome ao prêmio por estar extinto há cerca de quatro séculos - a espécie vivia na costa leste da África, na Ilha Maurício. Nas convenções do clima, o equivalente é o Troféu Fóssil do Dia - o País foi "agraciado" em Durban, há quase um ano.

Foto: Pamela Hata - Nagoya 2010. Planeta Sutentável
o Prêmio Dodô (Dodo Awards) elege não só os que emperram as negociações da Convenção de Diversidade Biológica para a assinatura do Protocolo ABS, mas também os que se empenham para que a conferência da biodiversidade não seja um fracasso.
Entre as razões para a presença do País na lista está a falta de preocupação do governo com a biodiversidade na negociação de mecanismos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (Redd+) - sistema de compensação financeira para atividades que diminuam a emissão de carbono.

Na 11.ª conferência das partes (COP-11) da CBD em Hyderabad, na Índia, o Brasil quer evitar a definição de salvaguardas de biodiversidade nos textos, fazendo pressão para que haja diferenças claras entre os acordos da CBD e os estabelecidos nas Convenções sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).

O governo brasileiro se alinhou a outros países descontentes, como Colômbia e Argentina, para criticar o texto que está sendo trabalhado na conferência da Índia. Em nota, o bloco afirmou que o documento está atrasado e não leva em conta as resoluções alcançadas nas Conferências do Clima de Cancún e de Durban.

"Muitas das recomendações que estamos vendo na COP-11 ou são redundantes ou colocam barreiras para a implementação dessa importante ferramenta (de Redd+)", dizem os países.

Além disso, o Brasil foi indicado ao troféu pelo fato de o governo não ter, segundo a rede de ONGs, uma boa relação com comunidades locais e tribos indígenas que vivem em áreas de relevância ecológica e biológica.

Há dois anos, o País havia sido indicado por outro motivo: durante o encontro na cidade japonesa de Nagoya, os representantes brasileiros promoveram de forma escancarada os biocombustíveis e foram criticados por tentar abafar os possíveis impactos sobre a biodiversidade e as populações.

Os vencedores de 2010, porém, foram o Canadá e a União Europeia. O Canadá voltou a ser indicado neste ano, também acusado de tentar evitar a discussão sobre os biocombustíveis.

De acordo com as ONGs, a China tem desencorajado o desenvolvimento de áreas marinhas em países vizinhos, enquanto o Paraguai tem bloqueado qualquer progresso em assuntos socioeconômicos nas questões de biossegurança. Já a Grã-Bretanha estaria trabalhando para evitar discussões sobre biologia sintética e geoengenharia.
Fonte Estadão 17/010/2011

12 de outubro de 2012

Como despertar uma consciência ecológica nas nossas crianças?


Uma criança que aprende o respeito e valores dentro de casa, através do exemplo de seus pais, crescerá e se tornará um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive no respeito ao nosso planeta. Veja abaixo algumas dicas para a criança despertar a consciência ecológica:
  • Em primeiro lugar, dando exemplo dentro de casa, quanto à economia de energia, água, papel, evitando toda forma de desperdício.
  • Quando forem passear com eles, levar sempre sacos de lixo, e não jogar lixo em qualquer lugar.
  • Se morarem em prédios, condomínios, realizarem gincanas de limpeza, dando às crianças essa responsabilidade, munindo-as de luvas, sacos de lixo e premiação quanto à limpeza. Crianças gostam de responsabilidades e desafios.
  • Verificar se na escola do seu filho, são desenvolvidos projetos ambientais e consciência ecológica. Caso não haja esse tipo de ação, sugerir e se engajar no projeto.
  • Locar filmes que tenham como foco a preservação do meio ambiente.
  • Incluir na leitura dos seus pequenos livros que incentivam a preservação do meio ambiente.
  • Entrando no site www.canalkids.com.br/meioambiente, as crianças são levadas a pensar de maneira divertida e numa linguagem acessível nos problemas ambientais.

Se realmente queremos deixar um mundo melhor para nossos filhos, a melhor coisa a fazermos é formar nas nossas crianças uma consciência ecológica desde cedo.
Nosso planeta agradece.
Fonte: Guia infantil

Feliz dia das Crianças!

11 de outubro de 2012

Como fazer um Bituqueiro

Dica na página do Limpa Brasil no Facebook

"Aqui na Av. Dr. Vieira de Carvalho, no centro de SP, percebemos que muitas bitucas de cigarro são jogadas no meio fio. Para incentivar o descarte correto desse microlixo, decidimos fazer um bituqueiro e colocar em um ponto de ônibus movimentado dessa avenida.

Quem se interessar e quiser fazer o seu bituqueiro coletivo, veja o tutorial no slide abaixo:





E pra quem quiser deixar ele com a cara do Limpa Brasil, segue a arte para colar no utensílio.
http://www.4shared.com/photo/Tbw24nB7/Logo-Limpa-Brasi_Bituqueirol.html# . "

10 de outubro de 2012

Articulação inédita de indígenas e pescadores promove nova ocupação de Belo Monte


Após o não cumprimento de acordos por parte da Norte Energia, ocupação permanecerá até que todas as reivindicações sejam atendidas, dizem indígenas

Publicado em 09 de outubro de 2012 Em Xingu Vivo

Por volta das 19h desta segunda-feira (8), cerca de 120 manifestantes  indígenas das etnias Xipaia, Kuruaia, Parakanã, Arara do rio Iriri, Juruna, e Assurini uniram-se aos pescadores, que estão há 24 dias protestando contra o barramento definitivo do rio Xingu (PA), e ocuparam novamente a ensecadeira do canteiro de obras de Pimental para paralisar a construção de Belo Monte. Os indígenas tomaram as chaves de caminhões e tratores na ensecadeira, e os trabalhadores tiveram que deixar o local a pé.
De acordo com os manifestantes, a ação, que é pacífica, ocorre em função do completo descumprimento dos acordos firmados pelo Consórcio Norte Energia com os indígenas depois da última ocupação da ensecadeira, entre junho e julho deste ano; o não cumprimento de grande parte das condicionantes; a total falta de diálogo da empresa com os pescadores; e a ameaça concreta de alagamento de parte de Altamira com o barramento definitivo do rio Xingu. Pequenos agricultores, moradores de Altamira e oleiros da região devem se juntar aos protestos ao longo da semana.
Os manifestantes acusam o empreendimento de fechar o rio sem que tenha sido solucionada a transposição de barcos de um lado a outro da ensecadeira, como exige a Licença de Instalação (LI) outorgada pelo Ibama.
De acordo com o órgão, o fechamento do rio não poderá ocorrer e a empresa não poderá interromper o fluxo de embarcações até que o sistema provisório de transposição de embarcações esteja em pleno funcionamento (item 2.6 da LI).
Segundo os pescadores, a ensecadeira, que tem mais de 5 km, deve ser concluída nos próximos dias. “O que temos aqui é uma cena de terra arrasada. A ilha de Pimental foi completamente destruida, só é árvore no chão, e a água está podre. É muito chocante”, afirma um dos manifestantes.
De acordo com os indígenas, desta vez a ocupação deve permanecer até que todos os acordos firmados em julho tenham sido cumpridos. Os pescadores também reafirmam a intenção de permanecer por tempo indeterminado.

Apoio
Todo o apoio aos manifestantes neste momento é essencial. Nesse sentido, qualquer contribuição financeira para a luta é muito importante e bem vinda. Aqueles que desejarem ajudar, podem depositar qualquer quantia nas conta:
Mutirão pela Cidadania, CNPJ 01993646/0001-80
Caixa Economica Federal -  Agencia- 0551   OP- 003  Conta/Corrente – 1532-7
Banco Bradesco – agencia -1011   C/C- 32955-0
Publicação e foto do site Xingu Vivo

Código Florestal será decidido até 17/10 e tem possibilidade de vetos


A ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira comentou, nesta terça, dia 9, durante o anúncio da criação da Força Nacional de Segurança Ambiental para enfrentar o avanço do desmatamento na Amazônia Legal, a possibilidade de vetos à medida provisória do Código Florestal aprovada no Congresso Nacional. O texto está sendo analisado pela presidente Dilma Rousseff.
Foto: Paulo de Araújo, MMA/Divulgação
Ministra do Meio Ambiente afirmou compromisso da
presidente Dilma de não anistiar desmatadores

"O governo está apreciando. Vamos ver como é o resultado dessa apreciação do governo, mas eu posso assegurar a vocês o compromisso do governo da presidenta Dilma de não anistiar desmatadores e de não adotar nenhuma medida que leve a novos desmatamentos no Brasil. Esse é o compromisso dela e o governo está trilhando de uma maneira muito correta."
A presidente Dilma tem até quarta da semana que vem, dia 17, para decidir sobre os eventuais vetos ao texto do Código Florestal. Fonte: Rural Br Agricultura

Enquanto ela não decide segue na internet a campanha #vetaDilma e várias entidades estão encaminhando notas e cartas, entre elas estão diversas ONGs nacionais e internacionais, representantes de organizações, entre outros.

Os cientistas da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC) encaminharam nota a presidente solicitando mudanças no texto.
Senhora Presidenta, se queremos um futuro sustentável para o País, se queremos promover o desenvolvimento do Brasil, se queremos que a agricultura brasileira perdure ao longo do tempo com grande produtividade, que minimizemos os efeitos das mudanças climáticas, que mantenhamos nosso estoque de água, essencial para a vida e para a agricultura, que protejamos a rica biodiversidade brasileira, temos que proteger nossas florestas. Portanto solicitamos que a Presidência da República e o Governo Federal atuem, no que estiver a seu alcance, para que a MP 571/ 2012, aprovada pelo Senado Federal, não se concretize.
Confira a nota na íntegra no site da instituição SBPC.

Também nesta terça-feira (09), movimentos sociais do campo e organizações sindicais, como MST, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento das Mulheres CAmponesas (MMC), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), manifestaram repúdio a pontos do texto que compõem a Medida Provisória 571/12.
Confira um trecho:

Tendo sob seu domínio a grande maioria do Congresso Nacional, por meio da poderosa bancada ruralista, o agronegócio transformou a legislação ambiental em legislação agrícola, voltada para garantir interesses próprios e de grandes proprietários de terra.
A sociedade brasileira, organizada ou não se manifestou incansavelmente contra os avanços do agronegócio sobre a natureza. Os movimentos sociais do campo e da cidade, a classe artística e parte significativa da classe política também se manifestaram contrariamente às pautas destrutivas do agronegócio, ao mesmo tempo em que defenderam o tratamento diferenciado para a agricultura familiar e camponesa. São os pequenos produtores que alimentam as famílias brasileiras e os que mais preservam o meio ambiente.
Leia a carta completa no site MST.

Opinião pessoal: Estou vendo os que são a favor da aprovação do atual código florestal se manifestarem negativamente as cartas de ONGs internacionais com base que o interesse delas é que não haja desenvolvimento do Brasil, e concordo que a campanha Desmatamento Zero é impossível, concordo que deve haver sim desenvolvimento mas aliado a tecnologia para maior produção e crescimento sustentável.
O código florestal vêm para ajudar a preservação do meio ambiente, garantir qualidade de vida e regularizar os pequenos e médios produtores. Porém na posição atual da MP só está garantindo interesses dos grandes produtores e desrespeitando áreas que qualquer pessoa que estude o meio ambiente sabe que são vitais para o equilíbrio na Terra. Se aprovado integralmente vejo em breve mangues (área essencial para biodiversidade) serem transformados em condomínios de luxo, extinção de espécies nativas... A economia pode crescer aliada com a natureza, basta por os interesses de poucos poderosos de lado. Afinal o Brasil é um país de todos, ou não?

9 de outubro de 2012

Flor de Garrafa PET e Tecidos



Materiais para fazer a flor de PET:

- garrafa PET de 600 ml,
- pano ou retalhos de tecidos com belas estampas,
- tesoura,
- bola de isopor pequena (número 25),
- cola de tecido,
- ferro de solda ou um arame,
- palito de espetinho,
- tinta relevo para os detalhes.

Galeria de imagens:


Passo a passo da flor:

  • Primeiro limpe muito bem a garrafa PET, corte o gargalo da garrafa como mostra a imagem.
  • Agora faça as pétalas cortando na marca da garrafa ( 5 pétalas). Puxe para baixo formando a flor.
  • Com a tesoura arredonde os cantos das pétalas, corte 5 quadradinhos de tecido. Passe cola de tecido na parte de fora da pétala, cole o retalho e passe novamente mais uma pincelada de cola.
  • Acerte as pontas do tecido que grudou na pétala para dar o acabamento.
  • Para fazer o miolo da flor, use a bolinha de isopor, corte-a ao meio e revista com um tecido. Agora cole no meio da flor.
  • Faça detalhes nas pétalas, pontilhando com tinta relevo.
  • Fure um buraquinho com o ferro de solda para por o palito.
  • Decore com fitas para fazer um bonito acabamento.


Prontinho sua flor de PET, para fazer diversos modelos de cachepos e enfeitar o jardim.
Fonte: Cacareco.net

8 de outubro de 2012

Notícias Verdes 4º Edição

[Aquecimento Global] Império Romano e Dinastia Han cooperaram com aquecimento global
Séculos antes da Revolução Industrial, ou do reconhecimento do aquecimento global, impérios antigos como o romano e o chinês já estavam produzindo poderosos gases estufa através de suas atividades diárias. A queima de material vegetal para cozinha, a limpeza de terras para a agricultura e o processamento de metais liberaram milhões de toneladas de metano na atmosfera a cada ano, durante diversos períodos da história pré-industrial, segundo o trabalho, publicado quinta-feira (4) na Nature.

[Biodiversidade] COP-11 da Biodiversidade começa na Índia, em meio à crise financeira mundial

Representantes de mais de 190 países se reunirão a partir de 08/10/2012 na cidade indiana Hyderabad para definir estratégias de financiamento para a proteção da biodiversidade mundial.

COP11 da Biodiversidade: metas e ritmo
Pessimistas já falam em fracasso, jornalistas cobram números concretos. A opção do secretário executivo é investir no pragmatismo, propondo menos ênfase em negociações e mais troca de experiências

Governo do Tocantins retira apoio a projeto de safári africano no Jalapão
A ideia era chamar a atenção para a “intenção” de preservar o meio ambiente, mas o objetivo final era fazer desse ambiente artificialmente construído um reduto de turismo de luxo.
Para preservar, é mais importante deixar os animais africanos na África e elaborar projetos locais de turismo sustentável, que privilegiem a educação ambiental e preservação da fauna brasileira, sem tratar a natureza como negócio.

[Economia Verde] Abramovay, Giannetti e Dowbor discutem otimismo de Muito Além da Economia Verde
Encontro para discussão baseada no livro recém lançado Muito Além da Economia Verde, de Abramovay.
Os limites planetários já foram ultrapassados e não há mais como viver em uma sociedade com tantas desigualdades sociais e econômicas. As perguntas que fazem ao homem de hoje são: “Qual é o sentido da vida econômica? Produzir mais para quê?”.

[Tietê] Conheça o mergulhador do rio Tietê
Há mais de 20 anos, José Leonídio Rosendo dos Santos mergulha nas águas sujas dos rios que cortam a capital paulista: Tietê e pinheiros. ele ajuda a retirar geladeira, fogão e até um ou outro cadáver. Conheça aqui o trabalho deste corajoso homem.

[Desmatamento] Muda critério de ranking de municípios desmatadores
"Serão trabalhados dados mais atuais. Com isso, serão incluídos na lista os municípios onde, realmente, ocorre um desmatamento mais ativo".

[Eleições] Eleitores protestam contra sujeira nas eleições e jogam “santinhos” na Câmara
Em frente à entrada da Câmara dos Vereadores de Guarulhos, milhares de santinhos foram espalhados no chão como forma de protesto. Estampados em faixas estavam palavras de protesto como “chega de santinhos”, “onde está a sustentabilidade?” e “devolva o que nos pertence”.

[Mobilidade] Google Maps cria navegação guiada por voz para ciclistas
Aplicativo do Google pode ser usado como GPS para bikers. Essa inovação veio junto com a inclusão de dez novos países na lista dos que contam com o serviço tradicional de rotas para bike. Já existem hoje mais de 530 mil quilômetros de rotas para ciclistas no Google Maps ao redor de todo o mundo.

Olimpíadas Rio 2016 contarão com transporte sustentável
O deslocamento dos milhares de atletas e das pessoas que trabalharão nas Olimpíadas e Paralimpíadas do Rio, em 2016, será feito por uma frota de 4,5 mil veículos movidos a energia limpa. Os modelos sedãs, sedãs de luxo e SUVs, que foram cedidos pela Nissan, serão elétricos ou utilizarão etanol como combustível. A medida faz parte do plano para atingir as metas de sustentabilidade definidas para os Jogos.

[Reciclagem] Novo concreto é elaborado a partir de material reciclável
A areia de fundição (utilizada em moldes nos processos de fundição de peças metálicas) substitui 70% da areia normalmente utilizada, e a escória de aciaria (resíduo que sobra da produção do aço) substitui 100% da pedra. O produto se utiliza de resíduos sólidos industriais, fazendo uma reciclagem e dando uma nova utilização para eles, o que propicia a economia de recursos naturais. O produto pode ser usado em guias, mobiliário urbano e na execução de contrapisos e calçadas.

[Alimentação] Comida japonesa pode fazer mal à saúde e prejudicar o meio ambiente
A manipulação de Salmão nos cativeiros  resulta alta concentração de gordura – enquanto os naturais possuem altos índices de Ômega 3, o de cultivo apresenta uma concentração muito alta de gorduras saturadas. Enquanto que o atum sofre risco iminente de extinção mas, ao contrário do salmão, não tem sido cultivado em cativeiro para evitar a pesca predatória.

Já conhece a campanha Segunda sem Carne?
A Campanha Segunda Sem Carne se propõe a conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de carne para alimentação tem sobre o meio ambiente, a saúde humana e os animais, convidando-as a tirar a carne do prato pelo menos uma vez por semana e a descobrir novos sabores.
Existente em vários outros países, como nos Estados Unidos e no Reino Unido, a campanha foi lançada em São Paulo em outubro de 2009 numa parceria da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) com a Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA) da prefeitura, posteriormente estendendo-se a várias outras cidades brasileiras.


Por hoje é só pessoal, boa leitura!

3 de outubro de 2012

Cuidados com as plantas na Primavera

Fonte Pinterest.com

Você cuida bem das suas plantas?

Antes de responder a essa questão, vale lembrar que elas são seres-vivos que também têm sensações, sentem calor e frio, necessitam de alimento, luz, água e toda a atenção para mantê-las bonitas e vivas.

Assim como os humanos, as plantas sentem a mudança de ambiente e se manifestam através da queda de algumas folhas. A quantidade de luz é outro fator a ser levado em conta, pois elas têm que ser iluminada de acordo com a sua espécie.


Veja o que pode ser feito para manter suas plantas mais saudáveis:


Observe a luminosidade do local, que determinará a espécie de planta que você deverá ter em casa. Alguns tipos de plantas necessitam de iluminação direta para sobreviver, já outras preferem um pouco de sombra.
  • Deixar as plantas dentro nos dormitórios não é uma boa ideia. A quantidade de gás carbônico no ar, devido à respiração das pessoas, pode atrapalhar o desenvolvimento das plantas.
  • A ventilação é indispensável.  Coloque plantas em locais com circulação de ar, mas sem exageros. Vento demais também é prejudicial, principalmente para plantas com folhas maiores.
  • Quando for comprar as plantas, pergunte aos vendedores sobre as espécies da sua região. Elas precisarão de menos cuidados para se desenvolver, já que estão adaptadas ao clima local.
  • Escolha um vaso de tamanho adequado; 
  • Todas as plantas precisam ser regadas e adubadas, mas a quantidade depende da espécie. É bom fazer uma pesquisa antes de comprar uma determinada espécie, ou até mesmo perguntar ao vendedor. É preciso estabelecer uma rotina para não esquecer de molhar a planta quando necessário.
  • Quando for viajar, sempre peça para alguém cuidar delas.
  • As folhas das plantas também podem acumular poeira. Para isso, passe um pano úmido uma vez por semana com água mineral ou de coco e limpe todas as folhas com cuidado.

Sinais de alerta:

A terra e os vasos são excelentes indicadores do estado de saúde das plantas:
- Uma crosta branca à superfície da mistura, pode indicar que a planta tem sido excessivamente regada ou adubada.
- Os depósitos brancos nos vasos de barro indicam o mesmo problema.
- A existência de limos ou de uma vegetação diminuta à superfície da terra também indicam excesso de água ou drenagem deficiente.
Fonte: GreenNation


Conheça algumas plantas que purificam melhor o ar do ambiente:
http://dosedesustentabilidade.blogspot.com.br/2012/08/nasa-publica-especies-de-plantas.html

2 de outubro de 2012

Cursos Gratuitos de Direito Ambiental na JurisWay


JurisWay é um projeto educacional, focado nos princípios de Responsabilidade Social avançada, cuja meta é apoiar a formação do trabalhador, promover o desenvolvimento social e valorizar o sentimento de cidadania. 
Cada mini-curso pode ser acessado gratuitamente, porém não é emitido certificado, no interesse de obter certificado é necessário realizar os estudos temáticos que tem cargas horárias e pagamento para emissão do certificado. Consulte no site: 
http://www.jurisway.org.br/v2/EstudosTematicos.asp

Veja abaixo os cursos em Direito Ambiental

Política de Direitos Autorais

Este blog respeita os direitos autorais e busca citar sempre as fontes de onde foram retirados os textos e imagens. Peço a gentileza que avisem caso ocorra alguma violação dos direitos autorais.